João Pinheiro no Instituto Europeu dos Estudos Superiores
A iniciativa “Árbitro na Escola” esteve, hoje, no IEES – Instituto Europeu dos Estudos Superiores, em Fafe
A iniciativa “Árbitro na Escola” esteve, hoje, no IEES – Instituto Europeu dos Estudos Superiores, em Fafe, com o árbitro internacional João Pinheiro.
Na sessão de abertura, Dimas Pinto, Professor, falou diretamente para os alunos explicando que “Ser árbitro tem muita complexidade, é muito exigente. O árbitro tem um papel muito importante na gestão da justiça do desporto, sendo um educador, ajudando a interpretar o jogo e promovendo a literacia para as leis do jogo (…) É claro para nós que um atleta, um treinador, precisa 10 anos para formar-se. Ao árbitro exigimos que não cometa erros logo no primeiro jogo da carreira. Para aprender é preciso errar. O erro é fundamental para a evolução.”
Manuel Machado, Presidente da AF Braga, explicou que “A iniciativa Árbitro na Escola pretende humanizar a figura do árbitro. Temos estado em muitas escolas do distrito, do primeiro ciclo ao ensino secundário, hoje estamos aqui com alunos do ensino superior. Acreditamos que esta iniciativa é fundamental para educar para a tolerância, para fomentar a literacia das leis de jogo e para promover a carreira na arbitragem".
César Freitas, Professor Coordenador na Escola Superior de Educação de Fafe / Instituto Europeu de Estudos Superiores, fechou a sessão de abertura agradecendo a iniciativa e reforçando “a importância da educação para melhorar a cultura desportiva sobretudo no que ao futebol diz respeito”.
Estiveram ainda presentes Miguel Azevedo, Vice-Presidente, e Domingos Gomes, Presidente do Conselho de Arbitragem da AF Braga.
João Pinheiro começou por falar do início da carreira, dos primeiros jogos, da escolha da arbitragem e da sua preparação diária que o levou a tornar-se um dos melhores 25 árbitros do mundo. “Preparo-me a nível mental, com o apoio de dois psicólogos, a nível físico, com treinos diários, às vezes bi-diários, e a nível técnico, com o estudo das equipas e jogadores. (…) A minha afirmação também foi feita pela liderança. Exijo aos outros metade do que exijo a mim. Sou muito exigente com a minha equipa, mas sou duplamente exigente comigo. Para chegar longe, é fundamental ter bons árbitros assistentes.”
João Pinheiro abordou ainda as dificuldades que sente e como as ultrapassa “O segredo é a resiliência. É um meio muito difícil. Traz muitos desafios não só para mim, mas, sobretudo, para a minha família. Temos que mudar a cultura desportiva. Somos muito mais exigentes com o árbitro do que com os jogadores. Temos que ser tolerantes. Não faz sentido haver tanta violência sobre o árbitro (…) Errar é algo que me afeta muito, mas assumo que acontece. Todos temos que aceitar que o erro acontece e que é, de facto, humano.”
Para terminar a apresentação, João Pinheiro deixou uma mensagem inspiradora “O que nos define não é a derrota, é a forma como gerimos a derrota, como nos levantamos no dia seguinte e continuamos focados em ser melhores, em crescer”.
Na sessão de perguntas e respostas, João Pinheiro mostrou-se disponível para explicar o funcionamento do VAR, abordar algumas melhorias que podem ser implementadas, e clarificar dúvidas. “Sou hoje menos impulsivo, sou mais calmo e ponderado fruto da experiência, mas há limites. O limite do respeito. É fundamental preservarmos a importância do respeito, entre todos”.

