FPF e DGS assinam protocolo de colaboração
Projeto “A Hora do SuperQuinas” conta agora com a parceria da Direção-Geral de Saúde
A Federação Portuguesa de Futebol (FPF) e a Direção-Geral de Saúde (DGS) assinaram, esta terça-feira, na Cidade do Futebol, um protocolo que tem por objeto enquadrar a colaboração técnica entre as duas instituições para a implementação da parceria no projeto “A Hora dos SuperQuinas”.
A iniciativa federativa pretende aumentar os níveis de atividade física e de felicidade das crianças. Este projeto inclui sessões lúdicas de atividade física-desportiva de duas horas, que têm a bola como elemento fundamental, estruturam uma oferta que não se restringe ao futebol, evitando desta forma que as crianças se especializem desde cedo numa só modalidade.
Na assinatura do acordo, o presidente da Federação Portuguesa de Futebol, Fernando Gomes, vincou a importância do exercício físico para o desenvolvimento infantil. "Acima de tudo, dentro daquilo que foi a nossa definição do plano estratégico, definimos claramente a nossa intervenção desde o ciclo de vida, partindo do pré-preparatório e do ciclo. Este programa das SuperQuinas tem exatamente esse objetivo. Fizemos uma experiência piloto, onde a evidência científica foi visível, dos resultados da iniciação da atividade desportiva no primeiro ciclo. Aí alargámos tal como previsto, dentro dos concelhos possíveis. Neste momento temos mais de 364 escolas que já aderiram ao processo. Portanto, este processo enquadra-se perfeitamente na nossa visão da atividade desportiva. Não podíamos fazer isto sem o envolvimento de diversas entidades, nomeadamente o Ministério da Educação e, neste caso concreto, o Ministério da Saúde que celebrou connosco este protocolo na interação e no desenvolvimento de todos os programas tendentes a dotar as crianças de atividade desportiva, que são aspetos fundamentais na promoção da sua saúde", disse.
A representar a DGS, esteve presente na cerimónia o subdiretor-geral da autoridade nacional para a saúde, André Peralta Santos, que aproveitou a ocasião para realçar a importância do projeto no desenvolvimento das crianças. "É um projeto muito importante para a Direção-Geral da Saúde, em colaboração com a Federação Portuguesa de Futebol para promover a atividade física e desportiva das nossas crianças, para que tenham um crescimento mais saudável e mais ativo. A DGS tem apoiado este projeto desde o início, naquilo que é a construção dos materiais, na transferência da evidência científica para a elaboração dos currículos. Portanto, este apoio da FPF é fundamental para que possamos maximizar as oportunidades de um desenvolvimento saudável para as nossas crianças", afirmou.
Também Graça Freitas, antiga Diretora-Geral da Saúde e no cargo na altura do arranque do projeto, relembra os motivos que motivaram a DGS a participar na iniciativa: "Acolhi o projeto muito bem por diversos motivos. Primeiro, pelo objetivo do projeto, que é pôr crianças de tenra idade a movimentarem-se. Isso é meritório e elas depois escolherão aquilo para que têm mais jeito. A segunda coisa teve que ver com as parcerias. Tínhamos e temos como parceiros a FPF e o Ministério da Educação, a Secretaria de Estado da Juventude e Desporto, portanto o que nos motiva são os objetivos de saúde e os parceiros com que fazemos essa jornada. Acolhemos o projeto com alegria e desejo que continue, que cresça e que se expanda para mais autarquias e escolas", referiu.
Já Pedro Cunha, da Direção-Geral da Educação realça a importância de um projeto desta natureza para o complemento do desenvolvimento escolar dos jovens. "Não conseguimos equacionar nem olhar para a educação, olhando só para o cérebro. Temos de olhar para o corpo também, educá-lo e cuidá-lo, caso contrário, dificilmente teremos bons resultados em qualquer outra área. Portanto, este projeto é absolutamente estrutural. Começa bem, na idade certa e da forma certa. Este projeto não ensina nenhuma modalidade em particular, mas sim a viver no espaço com os outros. Portanto, é de uma importância fundamental para o sistema educativo português, para a escola portuguesa e, sobretudo, para as crianças e jovens que nela habitam. Do ponto de vista do futuro, do nosso lado, estaremos sempre disponíveis para levar este projeto a cada uma das escolas, a cada uma das salas de aula deste país. O projeto tem a qualidade necessária e tem a robustez científica que permite, hoje, dizer que, do nosso lado, estamos totalmente empenhados em fazê-lo crescer até onde for necessário. Este projeto foi bem pensado de início. A Federação e os especialistas que rodearam o projeto fizeram muito bem o trabalho de pilotar, de torná-lo funcional. Hoje, já sabemos através dos relatórios da FPF quais os ingredientes que fazem este projeto funcionar bem. Não estou surpreendido porque a qualidade da equipa da FPF é inquestionável. Estou sim muito confiante e seguro ao dizer que estamos totalmente empenhados em levar este projeto a toda as salas de aula do país", disse.
Por fim, também Nuno Laurentino, da Secretaria de Estado da Juventude e do Desporto, ressalvou a excelência do projeto. "Pude acompanhar o projeto no terreno e é de louvar a Federação Portuguesa de Futebol ter um projeto em que desenvolve a literacia motora dos jovens em ambiente escolar. Essa literacia motora serve para qualquer modalidade e isso é a grande mais valia do projeto, permitir que as crianças desenvolvam habilidades e evoluam nas capacidades motoras. Crianças mais ativas e ágeis têm mentes mais produtivas" concluiu.
Este protocolo, agora firmado, visa a colaboração da DGS no Conselho Multidisciplinar do “SuperQuinas”, a disponibilização de 550 jogos “Exploradores da Saúde” para as escolas participantes, com coordenação do projeto a ser feita pela FPF.
A Hora dos SuperQuinas arrancou no início do mês de outubro numa primeira fase em cerca de 300 estabelecimentos escolares do ensino básico e estará presente em todos os distritos e regiões do país.
O projeto é um dos programas do plano estratégico “Futebol 2030”, lançado pela FPF em abril de 2022, e tem como objetivo desenvolver as competências motoras das crianças do 1º ciclo, através de uma oferta de Atividade Física e Desportiva nas Atividades de Enriquecimento Curricular.