A comitiva nacional marcou presença no Palácio de Belém tendo as capitãs Dolores Silva, Ana Borges e Silvia Rebelo oferecido a Marcelo Rebelo de Sousa uma camisola autografada, a bola oficial do Mundial e um cachecol de Portugal.

Na cerimónia, usou da palavra Fernando Gomes, presidente da FPF, que assinalou a simbologia da data, recordando que foi num 10 de julho que Portugal conquistou o título europeu de futebol:

“Este é o dia em que a Seleção feminina parte para a participação num Campeonato do Mundo o que representa uma das maiores proezas do futebol português. O trajeto começou há 40 anos e estas jogadoras, com a sua vontade, tenacidade e querer, tornaram possível um sonho há muito ambicionado. Tenho de recordar todas as jogadoras que contribuíram para a afirmação do futebol feminino em Portugal. Este é um primeiro passo e um ponto de passagem para outras conquistas no futuro.”

Francisco Neto sublinhou “o orgulho” pela presença em Belém e no Mundial, constatando que a Seleção “abraça esta campanha e esta viagem com energias altamente positivas”. Para o selecionador nacional, “este grupo representa a gerações anteriores e pretende ser uma referência para as gerações que aí vêm. No futebol feminino, os impossíveis acabaram”.

Dolores Silva, uma das capitãs da Seleção Nacional, sublinhou “o momento especial e o privilégio que é fazer parte do primeiro grupo que vai participar num Mundial”.

A internacional portuguesa referiu: “Representamos também as gerações que tanto lutaram para que este momento chegasse e queremos abrir portas a novas gerações, dizer-lhes que podem continuar a sonhar”. Dolores assinalou ainda o “apoio e o carinho que os portugueses nos transmitem, como se viu no estádio do Bessa, e que nos dá enorme alento”.

O presidente da Républica Marcelo Rebelo de Sousa fez questão de assinalar três factos no seu discurso:

“Infelizmente, não pude ir ao Bessa, mas vi não apenas um estádio cheio, mas algo mais. E o que me impressionou foi o show de bola. Mas mais importante foi que lutaram em cada lance como se fosse o último. Isso é uma maneira de viver a vida. Nunca desistir. É o que têm de fazer em toda a vossa vida a continuar agora no Mundial. Estou-vos grato por isso. Mesmo dos melhores dos melhores, cá e lá fora nem sempre se vê isso.

Segundo ponto: o primeiro jogo internacional da seleção masculina foi em 1921. O primeiro da seleção feminina foi em 1981, 60 anos depois. E empatámos. A primeira vez que os homens foram a um Mundial foi em 1966, ou seja 45 anos depois do primeiro jogo. A Seleção feminina chega um pouco depois: 42 anos após o primeiro jogo. Mas a verdade é que entre 1983 e 1993 não houve competições internacionais, pelo que há que descontar dez anos. Assim, a Seleção feminina demorou 32 anos a chegar a um Mundial. Além disso, a base de recrutamento é completamente diferente. Há mais de 200 mil homens a praticar futebol e mulheres são 15 mil. Aqui uma palavra ao presidente da FPF que em dez anos multiplicou por quatro essa base.

Por último, vão ter o grupo mais difícil de todos. Campeã e vice-campeã do Mundo! Mas ainda bem que é assim, porque o vosso espírito é fazer o impossível. E é possível fazê-lo. Vocês já o fizeram com a fase de qualificação. O vosso percurso foi o mais difícil de todos. Sei que vão continuar a lutar em cada lance em cada minuto, em cada instante. Por isso vos agradeço.”

Portugal vai competir no Grupo E, estreando-se frente aos Países Baixos, em Dunedin, em 23 de julho, e efrontando o Vietname em 27 de julho, em Hamilton. A Equipa das Quinas fechará a fase de grupos diante dos Estados Unidos, campeões em título, no dia 1 de agosto, em Auckland. A partida da equipa para a Nova Zelândia está marcada para o final do dia de segunda-feira, 10 de julho.